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Estudos Bíblicos – 3º encontro – Reinado e profecia

O terceiro encontro do Curso Estudos Bíblicos ocorreu nos dias 4 e 5 de maio e teve como tema Reinado e Profecia. O curso foi ministrado pelo Prof. Pr. Renatus Porath da FACASC.

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O que os profetas fazem no meio dos reis? A separação de trono e altar é uma conquista recente. Hoje é inconcebível que assuntos de Estado precisem da chancela da esfera do religioso. O poder político é secular e regido por leis próprias. Instituições religiosas lutam pela liberdade de sua expressão de fé e crença. É claro, quando interesses estranhos se manifestarem no interior de instituições religiosas, por exemplo, lideranças que se aproveitam da boa fé para enriquecerem, ou transformarem suas instituições em currais eleitorais, o Estado não ficará passivo, mas tomará medidas cabíveis num estado de direito.

IMG_0002Da mesma forma a Igreja cristã não ficará passiva diante de um Estado e seus poderes que abusarem de sua autonomia, entregando-se à corrupção ou colocando-se a serviço de grupos economicamente poderosos, desrespeitando os direitos de minorias. A Igreja de Jesus Cristo sabe-se comprometida com um Deus que reivindica soberania sobre todas as esferas da vida, por isso ela exerce sua função profética na sociedade.

Onde a Igreja e teologia vão aprender o que é profético senão na literatura profética de sua Bíblia?

PRIMEIRO MOMENTO:

A relação entre reinado e profecia.
A profecia parece lutar pela liberdade de Deus diante da política. Quem é o rei para providenciar moradia para Deus? O reinado não é a instituição que deve tutelar o religioso. A voz profética articula a liberdade e a vontade de Deus sobre os planos mesmo bem intencionados do governante.

SEGUNDO MOMENTO:
Os profetas pré-literários.
É no reino do Norte que o conflito entre o reinado e a profecia se torna aberto, com direito a perseguição e ameaça de morte àquele que é portador da palavra profética. No século 9 aC, Elias aparece como profeta que entra em choque com o reinado, a aristocracia e até com outros círculos proféticos. As histórias de Elias são testemunhos dessa luta do profeta para que o deus de Israel permaneça Yahveh e não seja esquecido ou até trocado por outro Deus que não possa garantir liberdade, pão e água para seu povo.

TERCEIRO MOMENTO:
Os profetas literários.
É possível falar de seu Deus a quem devem sua existência como povo, sua liberdade para desfrutar a dádiva da terra e não evidenciar isso no convívio, no jeito de organizar a sociedade, na prática do direito? No 8º século, Amós elaborou critérios para a vida social e comunitária, dos quais ninguém mais consegue se livrar. Ele ajudou a aguçar o senso de direito e justiça para todos os tempos. À Amós e outros profetas, como Oséias e Jeremias por exemplo, só resta uma coisa: registrar e arquivar suas palavras proféticas. Suas coleções de ditos proféticos nascem a partir da recusa dos ouvintes e não porque sua mensagem fosse tão importante que precisasse ser registrada. Os profetas literários vêm na contramão do seu próprio povo, levando para o povo de Israel do seu tempo a mensagem de Deus.

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